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ESCREVA, MESMO SEM SABER

ESCREVA, MESMO SEM SABER

Aqui serão postados os textos produzidos pelos alunos das turmas de LPT (Leitura e Produção de Textos) da unidade Itaipava, de acordo com os temas trabalhados em sala de aula.

A ideia é desenvolver a escrita, organizar o pensamento e, quem sabe, revelar um talento raro.

O objetivo dos textos estará sempre em evidência para que todos possam acompanhar o processo de criação inserido num contexto. Confiram e aproveitem a viagem.

Nanci




domingo, 18 de março de 2012

Continuação de conto.

Ana CArolina Reis, turma 91

Os nós da vida

João nunca imaginou que teria que enfrentar em sua vida outra situação que o deixasse tão nervoso. Sentou-se aos pés da cama e em sua cabeça começou a passar uma novela da sua vida, na qual eram retratadas as situações mais embaraçosas que enfrentara:

Primeiro dia na escola: medo, timidez, dor de barriga, camisa ao avesso, lancheira esquecida.

Primeiro beijo: mãos suadas, pernas trêmulas e, após alguns minutos pensando como e o que fazer, finalmente, nossos aparelhos se bateram.

Primeira entrevista de emprego: completamente gago, gravata apertada, e com muita vergonha, tentava esconder debaixo da mesa a calça pescando, que insistia em mostrar uma meia marrom e outra preta.

Após longos minutos voltou à realidade quando o celular tocou, era sua mãe querendo saber o que estava acontecendo, a noiva já estava em frente à igreja e ele, o noivo, ainda não estava lá.

João, nesse instante, pensou: é a minha “quarta primeira vez”, e ao que me lembro, mesmo muito atrapalhado nas vezes anteriores, isso não foi um empecilho para que aqueles momentos fossem mágicos, felizes e inesquecíveis.

Pensando dessa forma, colocou o paletó, pegou a gravata, entrou no carro e correu para a igreja. No caminho, viu que o dia de seu casamento era exatamente como o primeiro dia na escola, então lembrou que quem consertou tudo naquele dia desastroso aos 5 anos estava ali, e que aos trinta também poderia ser sua única salvação. Entrou pelos fundos da igreja e discretamente chamou sua mãe que, carinhosamente, foi até a sacristia e, como se ele ainda fosse um menino, consertou tudo - deu o nó da gravata; desvirou o paletó que estava ao avesso; de sua bolsa tirou um par de meias, que combinava com o terno; segurou em suas mãos suadas e, olhando em seus olhos, pediu que se acalmasse, pois ela estava ali e tudo daria certo.

O casamento começou. João estava muito feliz e mais calmo, até que o padre pediu as alianças. João gelou, sua noiva o fuzilava com o olhar quando, discretamente, sua mãe se aproximou e colocou as alianças em suas mãos e disse: filho, lembrei do menino sem lancheira.

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