Anna Villela de Paula, turma 93.
"O que eles fazem lá embaixo", pensou. Cada vez mais e mais pessoas chegavam e para ele ficavam olhando.
Confuso, retirou o cigarro de sua boca e se curvou. Nesse mesmo instante, as pessoas deram pequenos gritos de agonia e alguns "não faça isso, moço!".
Inicialmente ele não entendeu, mas aos poucos, foi vendo que todos estavam lá para ver, ver um desastre, um suicídio.
Para si mesmo ele falou, "humanos, não é possível terem mais curiosidade monótona" e decidiu que iria aproveitar a atenção.
Ele se pôs de pé e começou a rezar, colocou as duas mãos em frente ao seu peito e riu. Percebendo que mais gente havia se juntado ao grupo, abriu os braços e iniciou uma grande onda de murmúrios.
Sentindo o vento que batia em seu rosto, a luz do sol esquentando-o, reavaliou toda a sua vida... sua infância, seus amores, sua família, suas alegrias, suas tristezas e de Vanessa, um pequeno anjo para quem havia entregado seu coração e que o havia partido. Ele então deu um passo para frente e gritou "desculpe!".
Sentira o vento, o sol, tudo, pela última vez.
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